O Iluminismo
expressou a ascensão da burguesia e de sua ideologia. Foi a culminância de um
processo que começou no Renascimento, quando se usou a razão para descobrir o
mundo, e que ganhou aspecto essencialmente crítico no século XVIII, quando os
homens passaram a usar a razão para entenderem a si mesmos no contexto da
sociedade. Tal espírito generalizou-se nos clubes, cafés e salões
literários.
A filosofia
considerava a razão indispensável ao estudo de fenômenos naturais e sociais. Até
a crença devia ser racionalizada: Os iluministas eram deístas, isto é,
acreditavam que Deus está presente na natureza, portanto no próprio homem, que
pode descobri-lo através da razão.
Para
encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e virtuosa; a Igreja tornava-se
dispensável. Os iluministas criticavam-na por sua intolerância, ambição política
e inutilidade das ordens monásticas.
Os
iluministas diziam que leis naturais regulam as relações entre os homens, tal
como regulam os fenômenos da natureza. Consideravam os homens todos bons e
iguais; e que as desigualdades seriam provocadas pelos próprios homens, isto é,
pela sociedade. Para corrigi-las, achavam necessário mudar a sociedade, dando a
todos liberdade de expressão e culto, e proteção contra a escravidão, a
injustiça, a opressão e as guerras.
O princípio
organizador da sociedade deveria ser a busca da felicidade; ao governo caberia
garantir direitos naturais: a liberdade individual e a livre posse de bens;
tolerância para a expressão de idéias; igualdade perante a lei; justiça com base
na punição dos delitos; conforme defendia o jurista milanês Beccaria. A forma
política ideal variava: seria a monarquia inglesa, segundo Montesquieu e
Voltaire; ou uma república fundada sobre a moralidade e a virtude cívica,
segundo Rousseau.
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